"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

As reminiscências de um mal estar desconfiado


Às vezes eu tenho a poesia.
Viva!
Em minha cabeça.

Não fujas poesia!
Necessito lembrar dos laços.
Das vidas passadas diante da minha própria vida.

Sou poeta recortado.
Falo de amor
e de tristezas também,
as saudades
dos vários tons de verdes
da mistura dos vários “eu”s.

Um que sofre,
outro que goza.
Esse que reflete
Aquele que simplesmente beija
e este que se autocritica.


E eu?
perco-me,
obsessivamente,
em pensamentos picotados,
nas lembranças esquecidas,
em poesias não construídas.

Cada palavra perdida,
é um amor que não vira poema,
é a lágrima que teima em não descer,
a angústia dilacerante que atormenta o peito.

O pior é saber:
A poesia que ousa não terminar,
que se perde em lapsos de vida
sem a garantia de se completar.

Esse quebra cabeça,
de peças mal encaixadas
e recortes imprecisos.
Traz a imagem borrada
de um rosto desfigurado
por violência a alma
e pela madeira,
que castiga o corpo.

Ah, a nossa memória.
Trai-nos constantemente.
Finge-se de torta.
Faz curvas e rodopios
até se tornar consciente?

O choro compulsivo
Revela o poeta traído.

(Suspiro e tomo coragem)

Mas mesmo assim
mostra sua poesia.
Sem medo de risos
ou picardia.


Não é obra prima.
Mas cada palavra é uma gota
daquele suor frio angustiado?
Das vísceras que se retorcem
reveladas em poema?
Tudo isso porque me pus a escrever
sobre este mal-estar desconfiado.

sábado, 17 de novembro de 2012

Afogados


Mágoas,
bom seria não tê-las.
Nem bons motivos.
Inundam
nossa terra
e os olhos.

Tempestades!
Afogarei
no copo do aguardente
e na cerveja gelada.
O gosto do trago.
Enche mentes
de fantasias?

Ai!
Agonia.
Angústia desenfreada.
Aquele mar salgado
não distinguiria minhas lágrimas?

sábado, 10 de novembro de 2012

Transferência


Gritar
à plenos pulmões:
somos loucos!
Correr,
pular
e quitar-se dos pudores.

Roupas,
sapatos,
e seus medos.
Jogados...
Fúria com aquilo que oprime.
Horas e horas de angústias.

Não te querem.
Querem um deus.
Com o toque:
“A cura”
com uma palavra:
“O conforto”

Quando ofereces a dúvida?
“O desprezo”
Quando enfrentas ideologias?
“A negação”
E quando ofereces mentiras?
“Sinceras?”
Agora sim temos uma relação...

sábado, 3 de novembro de 2012

Primavera onírica (Inverso dedicado à G.S.D.)


Beijo a flor
Delicada
Odores
Bela e perfumada.
(Fecho os olhos)

Sonho.
Deitada no jardim.
Lindo!
Com diversas flores.

Amores?
Rosas.
Violetas?
Adoro elas...
Não importam as cores.