"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Maceió - São Paulo

Difícil não perceber
em frente ao mar
é mais fácil chorar.
A cada lágrima que brota,
o vento insiste enxugar.

Não que Maceió seja perfeito.
Não tenho esse direito,
nem estou aqui para julgar.

É que São Paulo é uma grande figura,
de uma intensa misura,
tão difícil de amar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Manguezais


Por que vives,
se existir
é um erro?

                           Vivo
por ser
                 Mangue.
  Minhas raízes
                            suspensas
                                                    permitem
                                                      voar.

                                    Parte de mim,
                                        o mar
                            sólido
                    sal
  tempera
  lágrimas.

A terra
que toco            
                         é qualquer lugar.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Terra árida


Chegar em terra árida,
devastada!
Terra que destrói.
Sonhos.

Árido
é o sentimento.
Queima os olhos,
enche-os de lágrimas.

A terra tem o direito de nos secar?
Podemos fazer tempestades para a terra aguar?

Realidade,
seca o peito.
Deixa o homem árido
sem sentimentos?

De tanto doer,
a lágrima secou,
 o homem esqueceu
seu nome,
seus amigos,
estranha a própria terra.

Quem dera reencontrar a chama
acesa no peito,
que inflama.
As pernas trêmulas,
a voz rouca
e se engana.

A secura dessa terra
trará tragédias?
A secura dessa terra
mudará destinos?
A secura dessa terra
transformará meninos
em homens...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A gota caída...


Toda poesia é como uma
                                       gota
                                           de
                                        água
                                              caída
                                              no copo.

        Trans
                 bor        
                        da.

O sentimento
expresso no papel
borda
a tela,
o filme,
ou a música.
E lembra
algo
instalado
                         no meio
                                        do peito.
                                        Daquelas coisas
                                        que transformam
                                        o coração.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Flor de ébano


Como queria
você.
Na cama,
nossos corpos em pelo.
Admirar sua pele
negra e macia.

Assim,
estudar a flor,
que marca
sua anatomia.

Com o cheiro do teu corpo
nos lençóis
deixar vestígios
e tornar gemidos
em poesia.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sou Maria


Se és maria
e te apontam a faca.
Atira o que tem na mão
mostre os espinhos que têm as rosas.

Se te manda calar,
e te esgana.
Ganhe a força por todas Marias
prove que também és feita de músculos.

Se ainda assim diz que te ama,
e te manda uma carta.
Não se iluda!
Corra!
Pois Maria não é para ser enganada.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Algo mais sobre Maria


Maria,
ponha-se a escrever.
Se tua beleza refletir nos teus versos,
se seus sentimentos andam tão dispersos.

Se teu rosto,
Maria,
carrega as cicatrizes da vida.
Seu poema é a faca.
Defenda-se!
Escreva-o.

Adentre em vão nos sentimentos.
Sinta esse amor escancarado.

Não se prenda,
Maria,
és bela.
Não implores!
exija do poeta
os teus versos roubados.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Ruptura



Li cartas,
bilhetes
e muitas mensagens;
só para recordar.

Por que tanto esforça para esquecer?
É enigma.
São retalhos.
A mágoa mais forte que os sorrisos escancarados?

Ainda resta
aquele quadro na pardede do quarto
os resquícios da tua caligrafia.

Se te perdi?
Chagas não mentem.
Guardo tudo no armário!

Deixo pra ti
uma dose de gim,

e assim seguir
o nosso itinerário.