"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

"Não se iluda, minha calma não tem nada a ver... Sou bandido, sou sem alma e minto..."

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Quando morre o amor...

Todo fim de amor é como uma inflamação:
incha o peito,
dói a alma,
deixa rubro o rosto,
e faz ferver a mente...

Não adianta antibióticos,
analgésicos,
ou até mesmo anti-inflamatórios.

Quem dera o corte do bisturi,
com seu canto seco e preciso,
sarjar esse mal.

De maneira inexplicável,
verte-se em câncer,
transforma-se em ódio.

Célula por célula enche-se de rancor;
as glândulas produzem tristeza,
que se espalha pelas veias.

O ar repleto de indiferença sufoca,
mágoas causam indigestão,
as angústias não saem pela urina
e ficam presas no coração.

O corpo tenta lutar;
o fígado não mais funciona,
rins, pulmões e cérebro também.

Não adianta prescrever transplante.
O único atestado, mais uma vez, é o da morte.